Sulgás e SebigasCótica assinam o primeiro contrato de suprimento de biometano no RS
A Sulgás e a SebigasCótica firmam o primeiro contrato de suprimento de biometano do Rio Grande do Sul. Trata-se de um marco na história do Estado, pois é o ponto de partida para a inserção dessa fonte de energia renovável na matriz energética gaúcha. A iniciativa também representa a conclusão da primeira etapa de um trabalho de longa data realizado pela Sulgás para viabilizar o biometano como opção energética aos gaúchos.
O acordo entre as duas empresas foi firmado através da chamada pública para aquisição de biometano, lançada pela Sulgás em 2020. A SebigasCótica apresentou um dos três projetos que avançaram para a etapa de negociação. A proposta prevê a instalação de uma central de tratamento integrado de resíduos (CTIR) em grande escala, na cidade de Triunfo, com capacidade para receber resíduos da agroindústria, que serão transformados em biocombustível.
A planta da CTIR incluirá uma usina de produção de biometano originado a partir da transformação de resíduos da atividade agrossilvopastoril. O volume inicial para os cinco primeiros anos do contrato de suprimento com a Sulgás é de 15 mil m³/dia, a contar de 2024, ano em que está previsto o ínicio da entrega. A capacidade poderá ser ampliada para 30 mil m³/dia a partir do sexto ano, conforme previsão contratual.
Assinatura do contrato de biometano no RS
“Essa assinatura é extremamente importante para nós, e vem ao encontro do que já temos trabalhado no RS. Além de ser uma oportunidade do ponto de vista sustentável, também tem benefícios econômicos. Resolvendo passivos ambientais, é possível expandir a possibilidade de atividade rural, na medida em damos outro fim aos resíduos. Estamos comprometidos com a redução de emissões de carbono no âmbito do Race to Zero, e esse é mais um passo dado nessa direção”, disse o governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, durante a cerimônia de assinatura.
O presidente da Sulgás, Carlos Camargo de Colón, comemora o momento e acredita que esse será o primeiro passo para inserir na matriz energética um novo produto que têm muitos benefícios. “Em primeiro lugar, a pegada ambiental do biometano é muito positiva, pois vem de uma fonte 100% renovável e não de origem fóssil. Além disso, versificar a fonte de suprimento, especialmente nesse momento de alta de preço do petróleo e gás, é um movimento importante para o mercado de energia. O Biometano é uma fonte de gás local, que gera emprego e renda, desenvolvendo economicamente as regiões. Este projeto também poderá incentivar a instalação de novos empreendimentos semelhantes em outros locais, ampliando o acesso dos consumidores a um combustível com as mesmas especificidades e aplicações do gás natural”, ressalta o dirigente.
Em relação ao meio ambiente, Carlos destaca que a produção e comercialização do biometano contribui na solução para o passivo ambiental gerado pela atividade agropecuária e da agroindústria, além de reduzir as emissões de poluentes ao substituir outros combustíveis. “Ganha também o agronegócio, que pode ampliar sua produção, pois terá um lugar adequado para destinação de seus resíduos e ainda transformar o que era um custo em uma nova fonte de renda”, reforça o presidente da Sulgás.
Graças ao trabalho realizado pela Companhia nos últimos anos, em parceria com empresas e universidades, a ANP emitiu duas resoluções que hoje possibilitam a comercialização de biometano no Brasil. “Sem dúvida, esse primeiro contrato é um marco na nossa história e início de um mercado que tem grande potencial de crescimento no Rio Grande do Sul”, conclui o presidente.
O projeto em Triunfo irá beneficiar, inicialmente, os clientes da Sulgás do Pólo Petroquímico de Triunfo. Quando o produto for lançado no mercado gaúcho, ele será chamado GNVerde, marca registrada pela Sulgás para o biometano.
Economia circular
Diferentemente de outros combustíveis renováveis derivados da biomassa, que dependem do plantio para produção do combustível (por exemplo, etanol), o biometano que será produzido no Estado será oriundo de resíduos, o que contribui ainda mais com o meio ambiente.
O empresário Maurício Silveira Cótica explica que o negócio a ser desenvolvido é uma plataforma de economia circular para tratamento de resíduos e geração de gás e energia renovável e que este é o primeiro de outros projetos em desenvolvimento pela empresa com este formato.
“Este projeto traz soluções e tecnologias inéditas no país e funcionará como uma central de recebimento de resíduos de diversas empresas, que serão tratados e deles será gerado o biogás, que depois de passar por um processo de purificação, transforma-se em biometano, que será injetado na rede canalizada da Sulgás, misturando-se ao gás natural. É um negócio em que todos os substratos e subprodutos são aproveitados e valorizados, primando pela economia circular e pela sustentabilidade.”, explica o diretor da SebigasCótica.
O investimento no projeto será de R$ 150 milhões. Já a Sulgás, investirá cerca de R$ 9 milhões em obras e equipamentos para a interligação da usina com a rede canalizada de distribuição de gás.
A SebigasCótica desenvolve negócios e projetos em biogás, sendo o resultado da joint venture entre e italiana Sebigas e a gaúcha Cótica, e traz a experiência de mais de 80 plantas realizadas. A empresa tem atuação de ponta a ponta, desenvolvendo tecnologias e processos próprios, implementando e operando plantas de biogás.
A SebigasCótica tem em seu portfolio a realização da maior planta de biodigestão das Américas, realizada para a Raízen no estado de São Paulo, um projeto pioneiro no país e que utiliza tecnologia proprietária da empresa para a biodigestão de vinhaça, subproduto da produção do etanol e açúcar. Também atuante em outros países da América Latina, a empresta está concluindo a realização de uma planta na província de Buenos Aires, na Argentina.
Fotos:
- Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini
- Divulgação SebigasCótica